Intervenção Assistida por Animais

Intervenção Assistida por Animais

A intervenção Assistida por Animais não é novidade! As interações entre homens e animais já existem há milhares de anos. Entretanto, os benefícios mútuos desta relação, ainda que visíveis, estão sendo cada vez mais explorados e aprofundados pelos profissionais da área da saúde.

Embora existam registros anteriores, a primeira história relatada formalmente sobre essas intervenções teria sido feita por Boris Levinson em 1960. Ele descobriu, acidentalmente, que as sessões de terapia com uma criança eram muito mais produtivas quando feitas com a presença do seu cão.

Após apenas 15 anos, posteriormente à morte de Freud, a teoria de Levinson ganhou credibilidade pois, em muitos relatos, Freud também atestou a importância de seu cão em sessões de terapia.

O primeiro termo que surgiu para definir a interação com os animais foi Terapia Assistida por animais, conhecida como TAA.

Segundo o Handbook de Terapia Assistida por Animais, esse formato envolve a utilização de um animal como parte fundamental do tratamento de uma pessoa. Posteriormente o conceito foi ampliado para Intervenção Assistida por Animais incluindo Terapia, Atividade e Educação Assistida por Animais. O conceito foi definido pela Delta Society, conhecida atualmente como Pet Partners – https://petpartners.org/.

A abordagem das Intervenções diferencia-se das demais terapias por proporcionar ao assistido uma atividade baseada no vínculo afetivo desenvolvido entre o paciente e o cão ou o PET, tornando a interação com o animal a principal motivação para realizar os trabalhos propostos.

Alguns estudos mostram que, após 15 a 20 minutos de interação, ocorrem os seguintes benefícios fisiológicos:

  • aumento da produção de neurotransmissores ligados à sensação de bem-estar como a dopamina, fenilatamina e endorfina;

  • aumento da produção de hormônios como prolactina e oxitocina ligados ao vínculo social e confiança;

  • significativa redução do cortisol, hormônio intimamente ligado ao estresse.

A partir dessas alterações fisiológicas, observamos como consequência a redução da pressão arterial, frequência cardíaca, triglicérides, colesterol, depressão, uso de medicação psicotrópica e analgésica, estresse, isolamento, solidão e ansiedade.

São inúmeros os processos beneficiados com essa interação:

  • socialização e comunicação

  • memória

  • lembranças

  • percepção da realidade

  • concentração e atenção

  • estímulo dos processos cognitivos das atividades cotidianas

  • cooperação e capacidade de resolução de problemas

  • afetividade

  • elevação da autoestima

  • habilidade de confiar

  • possibilidade de estabelecer vínculos

  • prática de atividade física

  • aceitação da reabilitação, entre outros

Atualmente, no Brasil, este tipo de interação é realizado em grande parte por organizações sem fins lucrativos. O público beneficiado é, em sua maioria, de pessoas hospitalizadas, de crianças com algum tipo de deficiência e de idosos em instituições de longa permanência, popularmente conhecidas como asilos ou casas de repousos.

Entretanto, há muito espaço para esse tipo de interação, extremamente benéfica em escolas, processos de mediação, aeroportos, sessões terapêuticas, entre outras.

Cachorro acompanhando idosa

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