por Graciela Akina Ishibashi and Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva | fev 10, 2023 | Idosos e Famílias
Antes de saber os 7 mitos e verdades sobre o envelhecimento, vamos entender o que é o envelhecimento.
O envelhecimento é um processo normal do ciclo de vida, caracterizado por mudanças biológicas, cognitivas e funcionais. Pode ter relação com aspectos socioculturais e ambientais, que são determinantes para a qualidade de vida do indivíduo.
Com o envelhecimento populacional, cada vez mais as pessoas se preocupam com o próprio, procurando entender sobre o assunto e talvez um meio de tentar retardá-lo. As redes sociais são uma forma fácil e rápida de conseguir as informações, mas por outro lado, aparece um acréscimo de fake news e mitos sobre o envelhecimento. A seguir, mostraremos 7 mitos e verdades sobre o envelhecimento, sobre esse processo:
1 Estou muito velho para fazer algo.
MITO. Fazer qualquer tipo de atividade seja física ou social traz inúmeros benefícios para a saúde da pessoa idosa, e incentiva outros projetos de vida. O sedentarismo, assim como o isolamento social são prejudiciais para todas as idades. Uma vida engajada fisicamente e socialmente ajuda a prevenir doenças crônicas, quedas e fraturas, auxilia no tratamento da depressão, preserva a vitalidade, além de muitos outros benefícios. A atividade física é um dos principais pilares para o envelhecimento saudável
2 Quanto mais velho, menor a necessidade de sono
MITO. Algumas pessoas, com o envelhecimento, apresentam dificuldades em iniciar ou em manter o sono (acordando várias vezes). Os idosos precisam do mesmo tempo de sono que um adulto mais jovem para ter um sono adequado.
3 A massa muscular diminui com o passar do tempo
VERDADE. A quantidade de gordura aumenta e a de massa magra diminui. Essa perda de massa muscular relacionada à idade é denominada “sarcopenia”. A prática regular de exercícios físicos e uma alimentação balanceada são ainda mais necessárias conforme envelhecemos.
4 Não há vida sexual na velhice
MITO. Apesar da diminuição do ímpeto sexual com o envelhecimento, ele não é nulo. Muitos mantêm a sua vida sexual bem ativa.
5 Os idosos ainda podem aprender coisas novas
VERDADE. O envelhecimento não afeta a capacidade de aprender, afeta apenas a fixação do conteúdo novo.
6 O paladar muda na velhice
VERDADE. Com o envelhecimento, há uma diminuição do número de células das papilas gustativas. Alguns perdem o apetite por causa dessa mudança no paladar. Um meio de resolver a situação seria utilizar temperos naturais, além de tornar o prato apetitoso visualmente.
7 A demência é parte inevitável do envelhecimento
MITO. A demência é uma condição de saúde e não uma consequência do envelhecimento. Uma maneira de evitar a demência é exercitar corpo e cérebro. A atividade física regular diminui o risco de Alzheimer, especialmente quando conjugada a estímulos intelectuais frequentes, como ler e escrever cartas.
Fonte das informações: Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e Pfizer.
por Cássia Elisa Rossetto Verga, Graciela Akina Ishibashi and Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva | set 27, 2022 | Idosos e Famílias
Tele-estimulação cognitiva para idosos e sua importância na prevenção de declínio cognitivo
Com a chegada da pandemia de Covid-19 no Brasil, a telemedicina passou a ser regulamentada no país sob Ofício do Conselho Federal de Medicina (CFM) nº 1.756/2020 e a Portaria nº 476, de 20 de março de 2020. Nele o médico pode avaliar quando é realmente necessário realizar uma consulta presencial ou é possível fazer o acompanhamento virtual por meio da tele-estimulação cognitiva para idosos.
Dessa maneira, a efetuação de troca de receitas, acompanhamento de exames, sessões de terapia, entre outras situações, podem ser realizadas sem que o profissional e o paciente estejam no mesmo ambiente físico. Com isso, as teleconsultas tiveram um alcance muito maior durante o cenário pandêmico. Elas envolvem um conjunto de tecnologias utilizadas pelos profissionais: integrando, agilizando e facilitando a vida do paciente.
Nesse contexto, a pandemia trouxe a necessidade de repensarmos estratégias de avaliação e intervenções terapêuticas e desenvolvermos novas competências na área da saúde. A telereabilitação cognitiva, por exemplo, é uma metodologia que utiliza as tecnologias da informação e comunicação (TIC’s) como estratégia para estimular as capacidades cognitivas através da interação do indivíduo com sistemas computacionais.
A intervenção cognitiva à distância visa promover potencialidades humanas, com ênfase em problemas cognitivos, em especial, em idosos que estão em um quadro clínico de comprometimento cognitivo leve, estágios de demências e realizando tratamentos pós-sequelas da Covid-19.
Ao participar de atividades de estimulação cognitiva, mesmo de forma remota, o idoso pode atrasar o início da perda de memória, aumentar a plasticidade cerebral, obter um bom desempenho cognitivo e promover um bem-estar emocional. A prática constante de tarefas com jogos, leituras e músicas, por exemplo, pode fortalecer as capacidades de interação social, melhorar o humor, a disposição mental e física, além de interferir positivamente na qualidade de vida da pessoa idosa. (CARVALHAIS, 2019).
Em seu estudo Cacciante e colaboradores analisaram e sintetizaram evidências sobre a eficácia da telereabilitação em pacientes com doenças neurológicas (acidente vascular cerebral, lesão cerebral traumática, comprometimento cognitivo leve etc ), em comparação com a reabilitação face a face convencional. Concluíram que as melhorias no desempenho cognitivo obtidas pela telereabilitação são comparáveis àquelas alcançadas frente a frente, e apresenta ser mais eficiente na melhoria da memória operacional e funções executivas.
Veja algumas vantagens e desvantagens da tele-estimulação cognitiva para idosos:
Vantagens da tele-estimulação cognitiva para idosos:
- Tempo de viagem abreviado;
- Redução de custos e acesso a serviços, especialmente para a população carente e para pacientes com deficiências motoras que influenciam negativamente sua mobilidade e sua capacidade de chegar aos centros de reabilitação.
Desvantagens da tele-estimulação cognitiva para idosos:
- As deficiências auditivas e visuais podem interferir em alguns aspectos da logística de telecomunicações, como qualidade ou clareza visual;
- A ausência de domínios tecnológicos pode prejudicar ou impossibilitar a estimulação cognitiva no contexto remoto.
É relevante destacar o valor das intervenções de tele-estimulação cognitiva baseada na perspectiva ampla da Gerontologia e de outros profissionais. Eles partem da importância do bem-estar do idoso, ainda que em condições adaptadas, e levam em conta o incentivo das potencialidades de cada indivíduo o que torna real a possibilidade de manutenção e melhoria das capacidades cognitivas.
Referências bibliográficas
BERNARDES, M. S.; RAYMUNDO, T. M.; SANTANA, Carla da Silva. O uso das novas tecnologias na reabilitação cognitiva: uma revisão da literatura. Anais, 2014. Disponível em: https://www.canal6.com.br/cbeb/2014/artigos/cbeb2014_submission_343.pdf. Acesso em: 01 dez. 2021.
CACCIANTE, Luisa et al. Cognitive telerehabilitation in neurological patients: systematic review and meta‑analysis. NeurologicalSciences, p. 1-16, 2021. Disponível em https://link.springer.com/article/10.1007/s10072-021-05770-6. Acesso em: 02 dez. 2021.
CARVALHAIS, Maribel et al. Efeitos de um programa de estimulação cognitiva no funcionamento cognitivo de idosos institucionalizados. Revista de Investigação & Inovação em Saúde, v. 2, n. 2, p. 19-28, 2019. Disponível em: https://riis.essnortecvp.pt/index.php/RIIS/article/view/54. Acesso em: 02 dez. 2021.
por Graciela Akina Ishibashi, Gabriela dos Santos and Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva | ago 3, 2022 | Idosos e Famílias
O que você sabe sobre o metaverso?
O metaverso está crescendo em popularidade, como evidenciado pela presença de diferentes mundos virtuais. O metaverso equivale ao universo paralelo ao real, e é entendido como a evolução final da internet, uma espécie de realidade virtual em que qualquer interação desenvolvida neste “espaço” também pode impactar diretamente o mundo real.
Novas ideias para a criação de um Metaverso no setor de saúde mental foram criadas, como uma agência de serviços de aconselhamento psicológico que será desenvolvida e vendida por meio da realidade virtual (RV), que é um sistema imaginativo complexo que pode unir fantasia e realidade (Ifdil et al., 2022).
Esse aconselhamento seria parecido com o real, os professores participam de salas de aula virtuais como avatares (pessoas do metaverso) e ajudam os facilitadores e outros alunos a melhorar sua capacidade de lidar com diversas questões ou vivências, fazendo perguntas ou criando ideias que podem ser usadas em uma aula real (Ifdil et al., 2022).
O aconselhamento online está se tornando mais popular, a terapia de RV seria uma delas. O estudo de Slater et al. (2019) realizou um aconselhamento virtual de auto conversação com jovens (a pessoa real com seu avatar do metaverso) que resultou em melhorias no sofrimento e em suas respostas aos seus problemas pessoais.
O metaverso também pode ser aplicado na medicina, por exemplo, no espaço digital de diagnóstico e tratamento. Os pacientes podem compartilhar informações com os médicos durante o processo terapêutico para reduzir a resistência no processo de tratamento. Outra possibilidade é para pessoascom problemas de saúde mental e cognitiva. Esse recurso permite que os pacientes recebam tratamento em casa e tenham a própria privacidade preservada (Han& Oh, 2021). Essa opção seria relevante para os idosos que apresentam uma procura maior, por exemplo, em consultas de rotina, não sendo necessariamente preciso que haja locomoção até a clínica de atendimento.
A Realidade Aumentada (RA) é uma mistura do virtual com o real, por exemplo, o jogo Pokémon GO, que ganhou muitos usuários nos últimos anos no Brasil. Nesta ferramenta, o jogador pode usar a câmera do celular para encontrar e capturar o Pokémon na realidade.
O desenvolvimento de altas tecnologias, como RV, RA, jogos e metaverso destinados para idosos ainda é escasso. De acordo com Xi et al. (2022), a Realidade Aumentada causa esforço e demanda mental relativamente altos, ou seja, os designers devem considerar fatores como facilidade de uso, mobilidade e interatividade para reduzir o esforço necessário na conclusão de tarefas com RA. Além disso, precisamser mais receptivos aos graus de complexidade e riqueza de informações que podem levar a alta demanda mental, especialmente quando o aplicativo RA tem como alvo grupos específicos: os idosos, crianças, pacientes e deficientes. Outro ponto relatado pelos pesquisadores se refere às capacidades funcionais dos idosos, que podem ser prejudicadas pelo uso de fones de ouvido e controles (óculos e controle de mão), por exemplo. As características deste grupo pode impactar sua capacidade de utilização das ferramentas virtuais e a necessidade de desenvolvimento de produtos específicos é essencial para pessoas que não tenham tanta facilidade com equipamentos digitais.
Com a rápida evolução da tecnologia, o metaverso vai se tornar cada vez mais presente no mundo, na educação, na medicina, na interação social, na economia, na diversão e no entretenimento. Como ferramenta de inclusão, deve se preocupar em se adaptar a um número de pessoas que só cresce, que é o do 60+.
Referências
HAN, Yiqian; OH, Seokhee. Investigation and Research on the Negotiation Space of Mental and Mental Illness Based on Metaverse. In: 2021 International Conference on Information and Communication Technology Convergence (ICTC). IEEE, 2021. p. 673-677.
IFDIL, Ifdil et al. Virtual reality in Metaverse for future mental health-helping profession: an alternative solution to the mental health challenges of the COVID-19 pandemic. Journal of Public Health, 2022.
SLATER, Mel et al. An experimental study of a virtual reality counselling paradigm using embodied self-dialogue. Scientific reports, v. 9, n. 1, p. 1-13, 2019.
XI, Nannan et al. The challenges of entering the metaverse: An experiment on the effect of extended reality on workload. Information Systems Frontiers, p. 1-22, 2022.