Envelhecimento
Um velhinho italiano, nos seus noventa e tantos anos, vivia assediado por seus parentes e amigos que pediam que fizesse um “check-up”. A todos respondia que estava bem e que não faria isso. Um dia, porém, seu neto favorito aproximou-se e disse: “Nono, quero que você faça um “check-up”. Mas o que é esse tal check-up? “Você se interna no hospital por um dia e os médicos fazem uma bateria de testes no seu corpo para ver como está a sua saúde” informou o neto.
O velhinho concordou com o pedido do neto e foi fazer o exame. Após uma semana, morreu, mas tinha determinado o que queria inscrito em sua lápide:
Eu estava bem e para me sentir melhor, aqui estou!
Quando eu era jovem, e mesmo depois de muitos anos, gostava de contar piadas sobre velhinhos. Hoje, aos noventa e sete anos, eu sou o velhinho objeto das piadas.
No Brasil dos nossos dias, impressiona o crescente número de longevos na composição demográfica; alguns estudos estimam que, em poucos anos, o número de idosos atingirá 30% da população.
Entre os fatores que influenciam a longevidade certamente está a genética, porém, os notáveis progressos da medicina em gerontologia e geriatria são relevantes.
Atualmente o dito popular de médico e de louco todo mundo tem um pouco se aplica em seu todo, pois, em razão da pandemia, um bando de malucos, sobrepondo-se à ciência, passou a prescrever remédios impróprios para a doença causando inúmeras mortes entre os idosos.
Assim, nesse diapasão, dou o meu “palpite”: como a medicina hoje é toda dividida em especialidades (cardiologia, neurologia, reumatologia etc.) o paciente de convênio, quando necessita, procura o especialista. A meu ver, porém, isto não se aplica ao idoso. Com idade avançada e organismo desgastado, propenso às doenças chamadas degenerativas, ele deve procurar um Geriatra, médico que, a meu ver, trata o paciente em seu todo.
E assim tenho agido: vou ao geriatra mais ou menos a cada seis meses; levo os resultados dos exames pedidos anteriormente, ele os examina, depois faço exame físico e, em seguida, ele determina o que devo fazer: mudar o medicamento, ou aumentar, ou diminuir a dosagem do remédio que já estou tomando, controlar o meu peso e então, se achar necessário, ele recomenda consulta a um especialista.
E, com esta sistemática, introduzida pelo Geriatra, tenho me dado bem: trabalho, eu tenho energia, mantenho o peso corporal, as dores quase sumiram etc. Enfim, estou bem, nas condições normais para uma pessoa da minha idade.
Antecipando minhas escusas pela irreverência, relato um caso dentro do contexto: o velhinho está no consultório. Diz o médico: “Seo” Antônio, o resultado dos seus exames são muito bons. A sua condição física está, também, muito boa, absolutamente compatível com a sua idade.
Agora vamos tratar desses gases…
Diz o velhinho: Mas Doutor, o senhor quer acabar com a única fonte de prazer que eu ainda tenho?…