5 dicas para uma casa confortável e segura

5 dicas para uma casa confortável e segura

Por que fazer uma Casa confortável e segura?

Vou contar uma história que tem tudo a ver com o momento atual que estamos vivendo…

O conceito de velhice, de terceira idade e a visão que temos a respeito da pessoa idosa tem mudado radicalmente nos últimos anos.

Os números do IBGE são impressionantes e mostram que o Brasil tem, hoje, mais de 23 milhões de pessoas com mais de 60 anos e que mais de 4 milhões de pessoas idosas moram sozinhas em seus lares!

Não vivem sós por estarem abandonadas por seus familiares, mas porque assim o desejam. Querem ter a liberdade que construíram e almejaram ao longo da vida.

E vem cá! Você sabe dizer o que a pessoa idosa mais deseja ao envelhecer?

Em minhas pesquisas recentes sobre envelhecimento saudável, descobri que elas desejam continuar sendo úteis e ter significado, ou seja, viver com propósito!

Incrível isso, não?

Mulheres querem liberdade e homens querem aconchego.

O caminho para o envelhecimento saudável é continuar tendo planos e projetos de vida. Isso acontece, principalmente, para homens e mulheres que têm planos de vida.

Casa confortável e segura para Atividades da Vida Diária (AVD)

E, na minha opinião e nos meus estudos, esses planos de vida maravilhosos que as pessoas nutrem na terceira idade estão diretamente associados ao que a área da gerontologia define por capacidade de continuar fazendo suas atividades da vida diária, ou “AVD” – tarefas básicas de autocuidado, parecidas com as habilidades que aprendemos na infância como, por exemplo, tomar banho, vestir-se e alimentar-se.

E certamente você já entendeu aonde eu quero chegar, não é mesmo?!

Sabemos que os planos e as metas nutridas pelas pessoas idosas só podem ser realizados se elas estiverem em condições de autonomia e independência para fazerem suas atividades básicas da vida. Veja, como poderão nutrir um plano para a velhice se caírem de uma escada por falta de corrimãos, quebrarem pernas e só conseguirem andar com a ajuda de um andador?

Se durante a nossa vida, após os 60, 65, 70 anos, sofrermos um acidente, por exemplo, quebramos uma perna devido a um escorregão no banheiro, poderá haver uma grande consequência em nosso envelhecimento saudável e, em nossa independência.

A recuperação de acidentes na velhice é muito demorada

Inclusive, durante a recuperação de graves acidentes, podem acontecer novos acidentes ou feridas. Por exemplo, ao ficarmos imobilizados por muito tempo podem surgir feridas, chamadas escaras, que são muito difíceis de serem curadas.

E sabe quem poderia nos ajudar?

Arquitetos, engenheiros, designers e filhos de pessoas idosas, pois ao garantirem que suas casas estejam confortáveis e, principalmente, seguras evitarão acidentes garantindo a capacidade de seus moradores realizarem suas atividades diárias, sem causar acidentes em casa. Assim, contribuirão para que alcancem seus planos e metas nesses anos maravilhosos de suas vidas.

Ressalto que não há como negar que, com o avançar da idade, o corpo vai ficando diferente (visão, audição, resistência, equilíbrio, força nos membros, enfim, o corpo não é mais jovem),mas isso não significa que estejamos determinados a ter um corpo inativo.

Por isso, fique atento às mudanças em suas condições físicas para o que conseguir o que todos desejam:

Viver mais, de forma mais ativa e com qualidade de vida.

Por isso que o trabalho de arquitetos, engenheiros e designers de interiores é tão importante. A preocupação de filhos de pais idosos é mais do que justa e deve sim ser levada em consideração.

5 dicas para uma casa confortável e segura

Lembre-se! A independência tem tudo a ver com melhorias nas casas e apartamentos que apresentaremos a seguir.

Listamos 5 informações úteis e, inclusive, algumas que você poderá implantar, agora mesmo, em sua casa e na casa dos seus pais. Garantir segurança nas casas e apartamentos significa ganhar anos de vida e somar vidas aos anos. Significa fazer um projeto que permita independência, com riscos minimizados no caso de possíveis quedas ou acidentes. Afinal, garantir segurança significa escolher produtos que contribuam para maior autonomia ao longo dos anos.

Vamos lá!

1. BOA ILUMINAÇÃO

Mas, afinal, o que é significa iluminação ruim?
É quando a iluminação é tão fraca que dificulta a pessoa identificar, por exemplo, a cor do remédio, fazer a leitura de um rótulo, escolher a cor de uma maquiagem, enxergar um objeto caído no chão ou os utensílios na bancada da pia.

E o que é uma iluminação boa?
Aquela que apresenta no mínimo 150 LUX de intensidade de luz medidos à 1 metro di chão.

Agora vou dar uma dica de ouro.

Vou ensinar você a medir a quantidade de intensidade de luz:

  • Baixe um aplicativo chamado LUXÍMETRO no seu celular para medir a quantidade de LUX no ambiente
  • Em cima do tampo da pia do banheiro e da cozinha, por exemplo, a quantidade mínima de LUX deverá ser de 150.

Essa referência foi extraída da norma técnica de acessibilidade NBR 9050 atestando que ambientes acessíveis, para serem utilizados por todas as pessoas, inclusive por pessoas com baixa visão, devem ter uma quantidade mínima de 150 lux.

2. PISO ANTIDERRAPANTE

O que é um piso que derrapa?
Bem, esse é fácil de explicar! Porcelanato liso! Brilhante!

Qual é o piso ideal para um banheiro?
É um piso com coeficiente de atrito maior que 0,4.
Esses pisos são considerados antiderrapantes pelas normas técnicas e podem evitar escorregões.

E onde colocar o piso antiderrapante?
No banheiro todo, porque o banheiro todo é considerado como uma área úmida e o risco não está apenas dentro do box.

3. BARRAS DE APOIO CONFORME SUA NECESSIDADE

Dentro da residência não precisamos aplicar a famosa e rigorosa NBR 9050 que vai especificar medidas e locais de instalação das barras.
Cada um pode instalar a barra onde quiser e onde achar que dará mais segurança, mas tenho algumas sugestões de locais para instalação:

  • Uma barra em formato “L” ao lado da bacia sanitária, para ajudar a se sentar e se levantar
  • Uma outra barra no interior do box do chuveiro, podendo ser na vertical ou na horizontal
  • Uma barra na parede lateral da bancada da pia

4. ALAVANCAS

As pessoas idosas têm menos precisão, capacidade de torção dos punhos e força nos membros. E isso vale para o manuseio do registro das torneiras, do chuveiro, da maçaneta da porta e da torneira da pia. Por isso, no caso de registros e maçanetas no formato “bolinha”, será muito difícil ou até impossível utilizá-lo, pior ainda quando estão com as mãos ensaboadas.
A dica aqui é substituir por torneiras e maçanetas do tipo “alavanca”, que aliás são ótimas para todos, idosos, crianças e pessoas com alguma deficiência nas mãos.

5. SENSORES DE PRESENÇA E BALIZADORES

Você conhece a expressão “Disautonomia”?
É uma disfunção no sistema nervoso autônomo, responsável por controlar o nosso equilíbrio.

A pessoa com Disautonomia pode ter muita dificuldade de caminhar por ambientes escuros, com pouca luz, por exemplo quando saem da sala à noite, desligam a TV ou o tablet e vão até o quarto para dormir.

Instalar balizadores e sensores de presença nos corredores e na circulação pode evitar acidentes e ajudar na autonomia das pessoas dentro de suas casas.

Espero ter ajudado. Com essas informações você garantirá uma casa confortável, segura e, principalmente, estará ajudando pessoas idosas a alcançarem seus planos e suas metas em qualquer fase ou idade de suas vidas.

Obrigado, e até a próxima!

Intervenção Assistida por Animais

Intervenção Assistida por Animais

A intervenção Assistida por Animais não é novidade! As interações entre homens e animais já existem há milhares de anos. Entretanto, os benefícios mútuos desta relação, ainda que visíveis, estão sendo cada vez mais explorados e aprofundados pelos profissionais da área da saúde.

Embora existam registros anteriores, a primeira história relatada formalmente sobre essas intervenções teria sido feita por Boris Levinson em 1960. Ele descobriu, acidentalmente, que as sessões de terapia com uma criança eram muito mais produtivas quando feitas com a presença do seu cão.

Após apenas 15 anos, posteriormente à morte de Freud, a teoria de Levinson ganhou credibilidade pois, em muitos relatos, Freud também atestou a importância de seu cão em sessões de terapia.

O primeiro termo que surgiu para definir a interação com os animais foi Terapia Assistida por animais, conhecida como TAA.

Segundo o Handbook de Terapia Assistida por Animais, esse formato envolve a utilização de um animal como parte fundamental do tratamento de uma pessoa. Posteriormente o conceito foi ampliado para Intervenção Assistida por Animais incluindo Terapia, Atividade e Educação Assistida por Animais. O conceito foi definido pela Delta Society, conhecida atualmente como Pet Partners – https://petpartners.org/.

A abordagem das Intervenções diferencia-se das demais terapias por proporcionar ao assistido uma atividade baseada no vínculo afetivo desenvolvido entre o paciente e o cão ou o PET, tornando a interação com o animal a principal motivação para realizar os trabalhos propostos.

Alguns estudos mostram que, após 15 a 20 minutos de interação, ocorrem os seguintes benefícios fisiológicos:

  • aumento da produção de neurotransmissores ligados à sensação de bem-estar como a dopamina, fenilatamina e endorfina;

  • aumento da produção de hormônios como prolactina e oxitocina ligados ao vínculo social e confiança;

  • significativa redução do cortisol, hormônio intimamente ligado ao estresse.

A partir dessas alterações fisiológicas, observamos como consequência a redução da pressão arterial, frequência cardíaca, triglicérides, colesterol, depressão, uso de medicação psicotrópica e analgésica, estresse, isolamento, solidão e ansiedade.

São inúmeros os processos beneficiados com essa interação:

  • socialização e comunicação

  • memória

  • lembranças

  • percepção da realidade

  • concentração e atenção

  • estímulo dos processos cognitivos das atividades cotidianas

  • cooperação e capacidade de resolução de problemas

  • afetividade

  • elevação da autoestima

  • habilidade de confiar

  • possibilidade de estabelecer vínculos

  • prática de atividade física

  • aceitação da reabilitação, entre outros

Atualmente, no Brasil, este tipo de interação é realizado em grande parte por organizações sem fins lucrativos. O público beneficiado é, em sua maioria, de pessoas hospitalizadas, de crianças com algum tipo de deficiência e de idosos em instituições de longa permanência, popularmente conhecidas como asilos ou casas de repousos.

Entretanto, há muito espaço para esse tipo de interação, extremamente benéfica em escolas, processos de mediação, aeroportos, sessões terapêuticas, entre outras.

Cachorro acompanhando idosa

Qualipatas

Viver com propósito em qualquer idade

Viver com propósito em qualquer idade

Viver com propósito ou Ikigai, palavra japonesa que significa “razão de ser”, “razão de viver”

Existem várias teorias sobre essa etimologia. De acordo com os japoneses, todos têm um ikigai. Descobrir qual é o seu requer uma profunda e, muitas vezes, extensa busca pelo autoconhecimento. Porém, essa busca é extremamente importante porque, somente a partir dela, é possível trazer satisfação e significado para a vida.

Ikigai é um estilo de vida que estimula harmonia, longevidade e satisfação plena nas diferentes áreas e momentos da vida permitindo, assim, alcançar a razão de ser ou propósito para a existência.

Viver com propósito: Não há idade ou pessoa certa para ter Ikigai

Em uma pesquisa feita há alguns anos, verificou-se que em Okinawa – um grupo de ilhas ao sul do Japão – havia uma população de moradores centenários bem acima da expectativa de vida média, mesmo para os padrões japoneses.

Estudiosos e escritores aprofundaram seus estudos e lançaram inúmeros materiais que estão disponíveis no mercado. “Para além da alimentação, da vida simples ao ar livre, do chá verde e do clima subtropical, um dos segredos é o Ikigai que rege suas vidas”, de acordo com Héctor García e Francesc Miralles

Eu e Alice minha, parceira de trabalho, tivemos a ideia de trazer essa reflexão para todos que compartilham o contato, a convivência, a experiência com a Trevoo.

Somos enfermeiras e isso traz, em nosso propósito de vida, o cuidado com as pessoas, em todos os campos: físico, psíquico, emocional, espiritual e para o próprio autocuidado. Dessa forma, falar sobre Ikigai ou “propósito de vida” faz parte do cuidado com as pessoas.

Assim, perguntar “qual é seu Ikigai” é também estimular as pessoas para avaliarem seu momento de vida, se perguntarem sobre o que gostam de fazer, o que sabem fazer bem ou, talvez, não saibam, mas queira aprender, ou seja, como está nesse momento de vida e se tem possibilidade de encontrar motivação e perspectiva para a própria minha vida.

Queremos que conheçam nossa história e a ligação com Ikigai

Por pelo menos 10 anos, Alice e eu convivemos de forma acadêmica, entre congressos, artigos científicos, livros e experiências no trabalho hospitalar. Até que, em 2019, eu encerrei minha trajetória formal de carreira como enfermeira e gestora hospitalar e me aposentei.

Na despedida de uma equipe do Hospital que trabalhei a vida toda, recebi de presente o livro “Ikigai. O Segredo dos Japoneses para uma Vida Longa e Feliz”.

Da convivência entre nós, e desse momento particular que poderia ser o encerramento de uma jornada, iniciei um outro caminho junto com a Alice e nos tornamos parceiras a partir de então.

Viver com propósito: Um novo trabalho pós-aposentadoria

O mais interessante em nossa convivência, é a combinação de duas gerações muito diferentes, Alice da geração Y e eu da geração X. Tal parceria começou, em 2019, e continua perfeita. Permitiu colocar visões, experiências e propósitos de vida, habilidades e capacidades técnicas diferentes em harmonia e juntas temos trabalhado em prol de continuar a cuidar de pessoas. Quando nos tornamos mestres podemos devolver ao mundo a sabedoria adquirida.

Perguntas diferentes para momentos diferentes

A individualidade de cada pessoa nos faz pensar que cada um tem uma história de vida e uma construção de afetos e talentos.

À medida que envelhecemos, podemos rever e renovar nosso Ikigai para adequar nosso propósito de vida àquele momento. Afinal, muitas vezes, deixamos de exercer a profissão de nossa formação ou paramos de trabalhar devido ao tipo de trabalho, que não condiz com as condições físicas como, por exemplo, o trabalho na construção civil ou em fábricas sob alta exigência física.

Devemos sempre nos perguntar…

  1. O que farei agora que finalizei esse trabalho, essa trajetória de vida?
  2. Como me cuidarei a partir de agora?
  3. Quem poderá me ajudar a cuidar de mim?

Como enfermeiras, seremos sempre cuidadoras, mas também sabemos que precisaremos ser cuidadas em algum momento.

Deixe seu Ikigai falar com você

“Qual é o sentido que você dá a sua vida?”

Se Ikigai trata de propósito, então podemos concluir que ele poderá estar presente em todos os dias de nossas vidas. À medida que as fases da vida se alteram ficamos frente às novas realidades. Isso nos permitirá descobrir novos propósitos, novos mundos, novas pessoas e novas perspectivas.

Livro Ikigai

Há vários livros que abordam o termo Ikigai. Somos fãs da versão de Héctor García e Francesc Miralles, em que eles trazem “gotas de sabedoria orientais” para nossos espaços e vidas ocidentais.

Possivelmente você se manterá sorrindo por todo o tempo de leitura. Não por ser uma leitura engraçada, mas sim encantadora, lúdica, profunda, suave, intensa, leve, amorosa e simples… essas e outras percepções são capazes de nos manter sorrindo.

No livro “Ikigai há várias sugestões sobre como praticar a busca de propósito.

Há uma dica interessante para os amantes do cinema. O filme “Até o Último Homem” retrata a Batalha de Okinawa, que foi a última grande batalha da Segunda Guerra Mundial. Sem querer dar spoiler, quando você assistir, preste atenção ao propósito (Ikigai) do personagem principal e de como esse propósito direcionou toda sua vida. O filme é lindo. Vale a pena assistir.

Vejam que o mesmo espaço que deu lugar a uma grande batalha de guerra no passado dá lugar ao resultado da pesquisa que mencionamos no início desse artigo.

Como nada no mundo é fixo ou permanente, e estamos em constante transformação, o mesmo lugar da guerra também nos mostra a longevidade das pessoas, a convivência entre gerações e em particular entre nações, japoneses e americanos, convivem na ilha devido à continuidade de uma base militar dos EUA no conjunto de ilhas. Estratégia geopolítica.

 

Ser um descobridor de si mesmo

Isso é potente e transformador. Pode transformar nossos mundos individuais com impacto e entrelaçamento no cotidiano coletivo e abundante das paixões, das missões, das vocações, das profissões, das habilidades. Isso muda o resultado de tudo.

Sugestão de vídeo sobre o tema:

Ikigai: encontre o seu propósito em 5 passos

A busca pelo sentido na vida está intrinsicamente ligada à compreensão de quem somos. A revolução industrial nos colocou frente a frente a transformações constantes, tanto que hoje dizemos que vivemos a Indústria 4.0 e na saúde, já há a menção sobre a saúde 5.0.

Cabe-nos buscar sempre a compreensão de “Quem Somos”, a partir de nossas crenças, relacionamentos, cultura, formação e “O Que Fazemos”, considerando que nossas profissões, vocações, trabalhos, divertimentos se relacionam com quem somos.

Ikigai propõe nos conhecermos e identificarmos aquilo que dá sentido as nossas vidas e buscando uma conjunção entre o que somos e o que fazemos para termos “A nossa razão de ser”

A mesma sociedade industrial que nos coloca em contato com a internet, nos coloca em contato com espaços e pessoas num estalar de dedos, com diversidade de mídias, de meios de locomoção e trouxe a pujança da profunda correlação entre o ser humano e seu trabalho.

Poucas são as pessoas que se sentem felizes e com seu propósito realizado sem ter compreendido aspectos pessoais e profissionais.

Sempre é hora de viver com propósito

A proposta é encontrar seu Ikigai. PermA proposta é encontrar seu Ikigai. Permita-se encontrar o significado em sua vida, que possivelmente não será fixo tão pouco permanente. Haverá transformações no caminho. Aceitar as mudanças para cada momento de vida, permitirá usufruir de uma vida mais motivada, construtiva e feliz.

Vacinas contra a COVID-19 são seguras e eficazes

Vacinas contra a COVID-19 são seguras e eficazes

Vacina é a forma mais barata, segura e eficaz de sairmos desta pandemia. Entretanto, muitas notícias e especulações sobre as vacinas contra a COVID-19 tem circulado nas redes sociais e nos grupos de família. É muito importante não deixarmos falsas notícias arruinarem esta importante estratégia de controle da pandemia.

Existem vários tipos de vacinas contra a COVID-19:

  • Vacinas de vírus inativado: feita com o vírus “morto” em laboratório e inteiro, como a Coronavac
  • Vacinas feitas com um pedaço do material genético do vírus, chamado mRNA: neste caso, só esta pequena parte do RNA do vírus é administrada no paciente. Não alteram o material genético das nossas células e nem tem contato com ele. A vacina da Pfizer, por exemplo
  • Vacinas feitas com um pedaço do material genético do vírus, mRNA, colocado dentro de outro vírus que não tem a capacidade de infectar e se multiplicar nos seres humanos. É o caso da vacina da Astrazeneca e a da Janssen

Nenhuma das vacinas disponíveis tem o vírus inteiro vivo ou usam vetores virais com capacidade de se multiplicar nos seres humanos. Por este motivo, estas vacinas não são contra indicadas em quem tem problemas de imunidade, câncer, doenças crônicas.

Todas protegem contra as formas graves da doença e impedem, em mais de 80% das pessoas que as recebem, que elas contraiam COVID-19 e precisem de internação.

Quem está vacinado, embora esteja protegido, em grande parte, da COVID-19 em sua forma grave, ainda pode contrair a COVID-19 de forma leve ou mesmo assintomática. Pode passar a doença para alguém que não está vacinado e protegido ainda! Por isso, os vacinados devem continuar usando máscaras e evitando aglomerações até uma boa parcela da população seja vacinada.

É muito difícil comparar a eficácia das vacinas contra a COVID-19 disponíveis

Os estudos que liberaram as vacinas foram feitos em momentos diferentes, com critérios diferentes, alguns quando ainda não existiam as novas variantes e outros quando elas já estavam circulando.

Desta forma, não devemos atrasar a vacinação para “escolher” entre uma ou outra vacina. É importante receber a primeira vacina que tiver oportunidade. Da mesma forma, para garantir a eficácia das vacinas, é importante completarmos o esquema vacinal que foi validado nos estudos.

Com exceção da vacina da Janssen, todas as outras tem um esquema de duas doses e a máxima eficácia só é atingida duas semanas após a segunda dose. É bastante preocupante, portanto, os dados brasileiros mostrando que boa parte da população idosa não compareceu aos postos de vacinação para receber a segunda dose da vacina.

As vacinas podem causar algumas reações após a aplicação

As mais comuns são dor no local de aplicação, inchaço no braço, dor no corpo, febre e dor de cabeça. As vacinas da Astrazeneca e da Janssen podem, muito raramente, ocasionar uma síndrome na qual caem as plaquetas e a pessoa pode desenvolver coágulos nas veias. Esta síndrome é muito rara e a chance disto acontecer é menor do que a chance de ter trombos pelo uso de anticoncepcionais, por exemplo.

Já a vacina da Pfizer pode, também raramente, ocasionar reações anafiláticas em pessoas que tem histórico de reações alérgicas.

Vacine-se contra a COVID-19 com a vacina que estiver disponível e complete todo o esquema vacinal!

Vamos fazer a nossa parte para acabar com esta pandemia!

Envelhecimento, Alimentação e  Cognição

Envelhecimento, Alimentação e Cognição

O aumento global da expectativa de vida do ser humano resulta em uma população idosa, em ascensão, e crescente número de pessoas com comprometimento neurodegenerativo relacionados à idade e à demência trazendo grandes custos econômicos e emocionais.

Estima-se que haja 50 milhões de casos de demência ao redor do mundo, sendo a prevalência de 2 a 4% aos 65 anos de idade, crescendo a 15% aos 80 anos de idade.

Na falta de tratamento farmacológico para reduzir a progressão, ou mesmo reverter o quadro é necessário recorrermos aos métodos de prevenção relacionados ao estilo de vida representando uma promessa para os próximos anos.

Processo de envelhecimento natural como parte do ciclo da vida

O envelhecimento é considerado o período que sucede a fase da maturidade e é caracterizado pelo declínio das funções orgânicas e da capacidade funcional do indivíduo. Nesse período, o organismo sofre diversas alterações anatômicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, com repercussões sobre as condições de saúde.

Dentro desse contexto, o papel da nutrição vem ganhando destaque nos últimos anos, especialmente, com impacto na manutenção da saúde cerebral no processo de envelhecimento.

O desenvolvimento do cérebro acontece até 30 anos de idade, aproximadamente; posteriormente, um processo lento de atrofia se estabelece, com sinais clínicos de neuro degeneração, tipicamente, não acontece antes de uma idade mais avançada.

Esta trajetória parece ser determinada por uma rede complexa de fatores genéticos, endógenos e ambientais. Em função de sua lenta progressão há uma janela de oportunidade para intervenção com estratégias preventivas.

A nutrição tem sido identificada como uma promessa em patologias relacionadas ao envelhecimento como as doenças neurodegenerativas e demência.

A epidemiologia nutricional tem papel protetor de dietas saudáveis e de diversos nutrientes para o cérebro que envelhece.

Evidências sugerem que alguns nutrientes, em particular vitaminas, flavonoides e ácidos graxos ômega 3 têm potencial em afetar positivamente a função cognitiva. Mas além do foco em determinados nutrientes, alguns estudos apontam para uma abordagem com múltiplos nutrientes; outros focam em determinados tipos de dietas em função da complexidade das interações entre nutriente e alimento.

Envelhecimento e Alimentação: A dieta do Mediterrâneo

Dentre as dietas, a do Mediterrâneo tem sido estudada extensivamente no contexto do envelhecimento cerebral bem como em outras condições como doenças cardiovasculares e câncer.

A dieta do Mediterrâneo tem sua origem em culturas alimentares de países da bacia do mar Mediterrâneo. Embora existam muitas variantes desta dieta é, geralmente, caracterizada pela abundância de vegetais, frutas, cereais integrais, legumes, castanhas e sementes e o azeite de oliva é uma das principais fontes de gordura. Inclui quantidades moderadas de peixe e frango, carne vermelha em baixa quantidade e vinho, normalmente presente apenas nas refeições.

Evidências de estudos longitudinais e ensaios clínicos indicam que a adesão a este padrão está associada com melhores taxas na performance cognitiva e com menor risco no prejuízo cognitivo.

Uma versão da dieta Mediterrânea desenvolvida por um grupo de pesquisadores em 2015, deu origem a dieta MIND (Mediterranean- DASH Intervention for Neurodegenerative Delay).

A dieta MIND combina os princípios da dieta do Mediterrâneo com a dieta DASH (Dietary Approach to Stop Hypertension) desenvolvida para o tratamento de hipertensão. É caracterizada pela alta ingestão de frutas vermelhas, vegetais verdes folhosos e demais vegetais, aves, peixes, oleaginosas, leguminosas, grãos integrais e azeite de oliva extravirgem. Em contrapartida, carne vermelha, queijo, manteiga, margarina, “fastfood”, doces e massas estão presentes em quantidades muito baixas.

Esta dieta tem por objetivo reduzir a incidência de demência e o declínio da saúde cerebral. Vale mencionar que os ensaios, testando sua eficácia, ainda estão em andamento e os principais resultados são aguardados.

Adicionalmente, diversos estudos têm apontado que a adesão a outros fatores de estilo de vida como qualidade do sono, atividade física e envolvimento em atividades da cotidianas também foram relacionados com uma melhoria da função cognitiva.

Estes achados sugerem que seja feita uma abordagem com vários domínios, incorporando a dieta a outros promotores de saúde podendo otimizar efeitos benéficos na promoção da performance cognitiva e prevenção do declínio com a idade.

Desta forma, é necessário que haja um esforço no âmbito social para a elaboração de programas e políticas de prevenção que traduzam os resultados obtidos em pesquisas recentes e que também haja um incentivo da conscientização da população em relação a importância da nutrição para o bom envelhecimento, qualidade de vida e boa cognição.

O vírus é o perigo, não a vacina!

O vírus é o perigo, não a vacina!

Precisamos falar daquela que tem sido tão esperada desde março de 2020: a Vacina contra a COVID-19.

Há mais de 12 meses estamos sendo bombardeados por informações sobre o novo coronavírus. Não era para menos! Quase que de repente, um micróbio invisível modificou completamente a maneira como nos relacionamos e, infelizmente, provocou milhares de mortes que poderiam ter sido evitadas!
Só para terem uma ideia de quanta ciência é envolvida na elaboração desse dispositivo, seu termo surgiu há mais de 200 anos, na Inglaterra, quando um médico percebeu que trabalhadores rurais que tiveram contato com a varíola bovina tinham formas mais leves dessa doença e, dessa forma, inoculou tal agente em pessoas saudáveis.
Além disso, são inúmeras as vacinas que modificaram a nossa história melhorando (e MUITO!) a vida das pessoas. Temos, por exemplo, a Poliomielite (a paralisia infantil), doença erradicada do Brasil, em 1994, graças à Vacina.
Eu poderia listar várias outras vacinas com excelentes benefícios, como a do Sarampo, do Tétano e, até mesmo, a da Febre Amarela.
Mas vamos voltar para a vacina contra o Coronavírus…

Estudada e desenvolvida em uma parceria com uma instituição centenária, o Instituto Butantã, temos agora uma luz que evita mortes e internações.

Apesar do que algumas autoridades mal-intencionadas dizem, não existe evidência científica para recomendação de tratamento precoce para essa doença. Se continuarmos atrasados no processo da vacinação teremos cada vez mais mortes e uma economia cada vez mais depauperada.

Algumas pessoas questionaram sobre a eficácia desse dispositivo, divulgado por exemplo pelo Instituto Butantã nos últimos meses. Eu também gostaria que tal número fosse maior, mas vamos lembrar o que os estudos científicos mostraram.

O principal achado foi a segurança da vacina

Apenas alguns efeitos como dor local foram relatados pelos participantes da pesquisa científica. Além disso, houve uma redução importante de casos sintomáticos, o que pode significar redução significativa em número de internações hospitalares, reduzindo assim a sobrecarga no nosso sistema de saúde. Nesse contexto, quero lembrar que não são só portadores de COVID-19 podem precisar de oxigênio hospitalar, citando o exemplo de Manaus.

Reduzir a sobrecarga dos hospitais e clínicas pode melhorar a assistência de todos, de recém-nascidos ao tratamento de uma pessoa com infarto do miocárdio.  Portanto, a melhor vacina é a que está disponível, que é segura e que pode salvar vidas.

Não podemos ter medo da vacina, e sim do vírus. Manter as coisas como estão só causará mais mortes.

Outra coisa que os cientistas temem tanto: a mutação do vírus. Por isso, vacinação é uma proteção coletiva para todos. Não tomamos vacina somente para nos proteger, mas também para proteger àqueles que estão ao nosso lado, reduzindo a propagação do vírus e, consequentemente, resolvendo a pandemia.

Acompanhem a divulgação do calendário vacinal contra o coronavírus, questionem qualquer informação inverídica sobre o suposto tratamento precoce, continuem se protegendo (máscaras e distanciamento social) e ouçam a enfermeira Monica Calazans, primeira brasileira vacinada:

“Vamos nos vacinar. Não tenham medo da vacina”.