Precisamos falar daquela que tem sido tão esperada desde março de 2020: a Vacina contra a COVID-19.

Há mais de 12 meses estamos sendo bombardeados por informações sobre o novo coronavírus. Não era para menos! Quase que de repente, um micróbio invisível modificou completamente a maneira como nos relacionamos e, infelizmente, provocou milhares de mortes que poderiam ter sido evitadas!
Só para terem uma ideia de quanta ciência é envolvida na elaboração desse dispositivo, seu termo surgiu há mais de 200 anos, na Inglaterra, quando um médico percebeu que trabalhadores rurais que tiveram contato com a varíola bovina tinham formas mais leves dessa doença e, dessa forma, inoculou tal agente em pessoas saudáveis.
Além disso, são inúmeras as vacinas que modificaram a nossa história melhorando (e MUITO!) a vida das pessoas. Temos, por exemplo, a Poliomielite (a paralisia infantil), doença erradicada do Brasil, em 1994, graças à Vacina.
Eu poderia listar várias outras vacinas com excelentes benefícios, como a do Sarampo, do Tétano e, até mesmo, a da Febre Amarela.
Mas vamos voltar para a vacina contra o Coronavírus…

Estudada e desenvolvida em uma parceria com uma instituição centenária, o Instituto Butantã, temos agora uma luz que evita mortes e internações.

Apesar do que algumas autoridades mal-intencionadas dizem, não existe evidência científica para recomendação de tratamento precoce para essa doença. Se continuarmos atrasados no processo da vacinação teremos cada vez mais mortes e uma economia cada vez mais depauperada.

Algumas pessoas questionaram sobre a eficácia desse dispositivo, divulgado por exemplo pelo Instituto Butantã nos últimos meses. Eu também gostaria que tal número fosse maior, mas vamos lembrar o que os estudos científicos mostraram.

O principal achado foi a segurança da vacina

Apenas alguns efeitos como dor local foram relatados pelos participantes da pesquisa científica. Além disso, houve uma redução importante de casos sintomáticos, o que pode significar redução significativa em número de internações hospitalares, reduzindo assim a sobrecarga no nosso sistema de saúde. Nesse contexto, quero lembrar que não são só portadores de COVID-19 podem precisar de oxigênio hospitalar, citando o exemplo de Manaus.

Reduzir a sobrecarga dos hospitais e clínicas pode melhorar a assistência de todos, de recém-nascidos ao tratamento de uma pessoa com infarto do miocárdio.  Portanto, a melhor vacina é a que está disponível, que é segura e que pode salvar vidas.

Não podemos ter medo da vacina, e sim do vírus. Manter as coisas como estão só causará mais mortes.

Outra coisa que os cientistas temem tanto: a mutação do vírus. Por isso, vacinação é uma proteção coletiva para todos. Não tomamos vacina somente para nos proteger, mas também para proteger àqueles que estão ao nosso lado, reduzindo a propagação do vírus e, consequentemente, resolvendo a pandemia.

Acompanhem a divulgação do calendário vacinal contra o coronavírus, questionem qualquer informação inverídica sobre o suposto tratamento precoce, continuem se protegendo (máscaras e distanciamento social) e ouçam a enfermeira Monica Calazans, primeira brasileira vacinada:

“Vamos nos vacinar. Não tenham medo da vacina”.

Sobre o autor:

Dr. Milton Crenitte
+ artigos

Médico Geriatra do Ambulatório de Sexualidade da Pessoa Idosa – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Professor do curso de medicina da Universidade de São Caetano do Sul, voluntário da ONG Eternamente SOU.

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