Vacina é a forma mais barata, segura e eficaz de sairmos desta pandemia. Entretanto, muitas notícias e especulações sobre as vacinas contra a COVID-19 tem circulado nas redes sociais e nos grupos de família. É muito importante não deixarmos falsas notícias arruinarem esta importante estratégia de controle da pandemia.
Existem vários tipos de vacinas contra a COVID-19:
- Vacinas de vírus inativado: feita com o vírus “morto” em laboratório e inteiro, como a Coronavac
- Vacinas feitas com um pedaço do material genético do vírus, chamado mRNA: neste caso, só esta pequena parte do RNA do vírus é administrada no paciente. Não alteram o material genético das nossas células e nem tem contato com ele. A vacina da Pfizer, por exemplo
- Vacinas feitas com um pedaço do material genético do vírus, mRNA, colocado dentro de outro vírus que não tem a capacidade de infectar e se multiplicar nos seres humanos. É o caso da vacina da Astrazeneca e a da Janssen
Nenhuma das vacinas disponíveis tem o vírus inteiro vivo ou usam vetores virais com capacidade de se multiplicar nos seres humanos. Por este motivo, estas vacinas não são contra indicadas em quem tem problemas de imunidade, câncer, doenças crônicas.
Todas protegem contra as formas graves da doença e impedem, em mais de 80% das pessoas que as recebem, que elas contraiam COVID-19 e precisem de internação.
Quem está vacinado, embora esteja protegido, em grande parte, da COVID-19 em sua forma grave, ainda pode contrair a COVID-19 de forma leve ou mesmo assintomática. Pode passar a doença para alguém que não está vacinado e protegido ainda! Por isso, os vacinados devem continuar usando máscaras e evitando aglomerações até uma boa parcela da população seja vacinada.
É muito difícil comparar a eficácia das vacinas contra a COVID-19 disponíveis
Os estudos que liberaram as vacinas foram feitos em momentos diferentes, com critérios diferentes, alguns quando ainda não existiam as novas variantes e outros quando elas já estavam circulando.
Desta forma, não devemos atrasar a vacinação para “escolher” entre uma ou outra vacina. É importante receber a primeira vacina que tiver oportunidade. Da mesma forma, para garantir a eficácia das vacinas, é importante completarmos o esquema vacinal que foi validado nos estudos.
Com exceção da vacina da Janssen, todas as outras tem um esquema de duas doses e a máxima eficácia só é atingida duas semanas após a segunda dose. É bastante preocupante, portanto, os dados brasileiros mostrando que boa parte da população idosa não compareceu aos postos de vacinação para receber a segunda dose da vacina.
As vacinas podem causar algumas reações após a aplicação
As mais comuns são dor no local de aplicação, inchaço no braço, dor no corpo, febre e dor de cabeça. As vacinas da Astrazeneca e da Janssen podem, muito raramente, ocasionar uma síndrome na qual caem as plaquetas e a pessoa pode desenvolver coágulos nas veias. Esta síndrome é muito rara e a chance disto acontecer é menor do que a chance de ter trombos pelo uso de anticoncepcionais, por exemplo.
Já a vacina da Pfizer pode, também raramente, ocasionar reações anafiláticas em pessoas que tem histórico de reações alérgicas.
Vacine-se contra a COVID-19 com a vacina que estiver disponível e complete todo o esquema vacinal!
Vamos fazer a nossa parte para acabar com esta pandemia!
Sobre o autor:
Médica infectologista, mestre e doutora. Médica infectologista e da CCIH do Hospital Sírio Libanês.