Você já escovou seus dentes hoje? Já usou o fio dental? Ou está neste momento chupando uma bala ou um chiclete de hortelã para disfarçar o bafo de onça?

Você já pagou bem caro por um tratamento dentário e depois de três ou quatro anos teve cáries novamente ou perdeu implantes dentários, por exemplo?

Leitor querido, este artigo tem o objetivo de provocá-lo no que se refere ao autocuidado em saúde bucal e a cuidados que oferecemos a pacientes dependentes.

Um dos meus maiores desafios no dia a dia é “convencer” cuidadores da importância da higiene bucal. Cáries, inflamação gengival, mau hálito, candidíase e perda de dentes são os problemas mais comuns na cavidade bucal. E sua prevenção é simples: h á b i t o s   d e   h i g i e ne. E não nos faltam artifícios para isso: temos uma gama de escovas, pastas, fios e fitas, e bochechos.

 

Escovas macias são as mais recomendadas porque, além de limpar os dentes, também limpam e massageiam a gengiva. E temos as interdentais indicadas para próteses onde os dentes estão grudados ou quando os dentes apresentam separações grandes, onde o fio ou a fita “dançam”, sem conseguir limpar o espaço de forma adequada.

 

Sobre a gama de bochechos existentes, vale lembrar que para serem efetivos, devem ter indicações específicas para cada tipo de problema bucal: inflamação gengival (geralmente antinflamatórios ou à base de clorexidina), cáries (bochechos à base de flúor) ou boca seca (bochechos para hidratação).

Para pacientes dependentes há escovas de dentes elétricas e abridores de boca. Estes últimos são bastante úteis para proteger cuidadores de mordidas ou movimentos involuntários de abertura e fechamento da boca.

Muito bem, hábitos saudáveis são presentes que damos a nós mesmos todos os dias: e vão desde tomar água, evitar doces, fumo e fazer atividade física. E para a saúde bucal não é diferente.

 

Uma ideia que dou aos pacientes e aos cuidadores é associar a higiene bucal a algo da rotina. Podemos associar o escovar dos dentes ao término do banho, de manhã ou à noite. Durante o dia pode-se associar ao término de uma refeição.

 

E, automaticamente, quando cuidamos de nós, conseguimos cuidar do outro.
Estudos mostram que crianças com problemas bucais tem pais com problemas bucais, por exemplo. E muitas vezes não é diferente de cuidadores e seus pacientes. Assim, queridos leitores, mãos à obra: corre lá no banheiro e dá uma geral nessa boca. E na boca que você cuida também!!!

Observação: a onça é um animal carnívoro que se lambuza bastante na hora de comer a caça. Por esta razão, fede muito e sua presença é detectada à distância na mata. Assim, pessoas que possuem o hálito fétido passaram a ser chamadas de “bafo de onça”.

Sobre o autor:

Dra. Monira Samaan Kallás
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Dentista no Consultório, em Home Care e hospitalar. Doutora em Ciências da Saúde pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do hospital Sírio-Libanês. Especialista, mestre em Odontologia e Saúde Coletiva pela Faculdade de Odontologia da USP. Habilitada na área hospitalar pelo Conselho Federal de Odontologia e Colunista do Portal Trevoo.

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